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Como é criado o design de uma mola

Você já ouviu falar de design de molas? Com foco em engenharia mecânica e design de sistemas de suspensão, o design de molas envolve a criação e análise de molas para diversas aplicações. Os requisitos para o design da mola são muito versáteis e individuais, dependendo exclusivamente do projeto no qual a mola será aplicada. 

Para realizar o design de molas, o projetista precisa das respostas para as seguintes perguntas:

  • Qual o tipo de carga a qual a mola será exposta: compressão, tração ou torção?
  • A mola será pequena ou grande? 
  • Em relação às pontas, será com pontas em forma ou direitas? 
  • Precisará ser de alta resistência ou padrão? 
  • O tipo de curva será linear ou progressiva?

Como podemos perceber, o projeto de um design de molas não é tão simples como parece. Por isso, neste artigo, iremos explorar os princípios básicos do design de molas, suas múltiplas aplicações, os materiais comumente empregados em sua fabricação, as principais técnicas de produção e as considerações importantes a serem levadas em conta no desenvolvimento dessas peças

Leia sobre a importância da qualidade em molas e peças para equipamentos industriais.

Princípios básicos do design de molas

Trabalhar com design de molas exige do profissional a compreensão das propriedades físicas e mecânicas para produção dessas peças. A principal característica de uma mola é armazenar energia potencial quando submetida a uma força e liberá-la ao remover essa força, conforme a Lei de Hooke, que relaciona linearmente a força aplicada e a deformação resultante.

Fatores como carga, deflexão, rigidez, tensão e frequência são essenciais no design de molas, influenciando diretamente o desempenho e a vida útil da mola.

Materiais utilizados no design de molas

Partindo agora para os materiais que dão forma às molas, os mais comuns incluem aços de alta resistência, ligas de cobre, materiais poliméricos e, ocasionalmente, compósitos. Cada material possui características específicas como resistência à tração, fadiga, corrosão e propriedades de amortecimento, importantes para a seleção adequada conforme a aplicação.

Aqui na Molas Brusque, utilizamos arames em baixo, médio e alto teor de carbono, ligados com têmpera em óleo, inoxidáveis, cobre e outras ligas.

Esses materiais passam por processos como enrolamento, estampagem, trefilação e forjamento que vão dar forma às molas, seja de compressão, tração ou torção. É importante destacar que a escolha do processo vai depender do tipo de mola, propriedades desejadas e escala de produção. Cada método tem vantagens e desvantagens, exigindo planejamento e controle de qualidade para obter as características desejadas.

Além das questões técnicas, o design de molas deve considerar: segurança, confiabilidade, durabilidade e eficiência energética. É essencial avaliar os esforços aos quais a mola será submetida e os fatores ambientais como temperatura, umidade e exposição a agentes químicos.

Outro aspecto relevante a ser considerado é a integração da mola no sistema geral, pois aspectos de montagem, interface com outros componentes, facilidade de manutenção, custo, disponibilidade de materiais e processos de fabricação podem interferir no design da mola.

 

Pontos que o design de molas precisa observar

 

Curva característica da mola

A curva característica da mola mostra como essa peça se comporta durante o trabalho. Ela descreve a relação entre a força da mola e o seu deslocamento. Dependendo do projeto ou do sistema utilizado, é feita uma distinção entre características de mola linear, progressiva, degressiva ou combinada.

 

Histerese e relaxamento

A histerese da mola se manifesta na diferença entre a curva de carregamento e a curva de descarregamento do material elástico. Quando uma mola é submetida a uma força de compressão ou tração, sua deformação inicial segue um padrão linear, de acordo com a lei de Hooke. No entanto, ao remover essa força, a mola não retorna exatamente à sua posição original, havendo uma diferença entre o comportamento de ida e volta.

Essa divergência entre as curvas de carregamento e descarregamento é causada por diversos fatores, como a presença de atrito interno no material, imperfeições na estrutura cristalina e dissipação de energia durante a deformação, conferindo à mola um comportamento histerético.

Já o relaxamento da mola diz respeito à submissão da peça a uma carga constante, assim a tensão inicial diminui gradualmente ao longo do tempo. Esse comportamento ocorre devido à reorganização gradual das ligações atômicas e microestruturais do material da mola sob tensão. Ao longo do tempo, as moléculas e átomos tendem a se reacomodar, aliviando parcialmente as forças internas e, consequentemente, reduzindo a tensão aplicada.

 

Influência da temperatura

Outro fator que o design de molas precisa ter atenção é a variação da temperatura, que pode afetar significativamente o comportamento e a performance das molas.

Um dos principais efeitos da temperatura é a alteração das propriedades do material da mola. À medida que a temperatura se eleva, a rigidez do material tende a diminuir, enquanto a ductilidade aumenta. Essa mudança de comportamento pode levar a uma perda de capacidade de carga ou a uma deformação excessiva, comprometendo a funcionalidade da mola.

Por outro lado, em temperaturas baixas, o material torna-se mais rígido e frágil, o que pode resultar em fraturas ou quebras prematuras da estrutura da mola. Essa suscetibilidade a falhas é especialmente relevante em aplicações que envolvem ciclos de carga e descarga, como em amortecedores e suspensões veiculares.

Portanto, no design de molas, é preciso considerar a faixa de temperatura na qual o sistema operará. Técnicas como o uso de materiais específicos, tratamentos térmicos e ajustes na geometria da mola podem ser empregadas para minimizar os efeitos da variação de temperatura e garantir a confiabilidade e a vida útil esperada do componente.

 

Como podemos perceber, o papel do design de molas na produção dessas peças é de extremamente relevante, visto que se trata de um campo complexo que requer conhecimento em engenharia mecânica, propriedades de materiais e processos de fabricação. Esse conhecimento é a peça-chave no desenvolvimento de soluções eficientes, confiáveis e duráveis, atendendo às demandas específicas de cada aplicação das molas

Compreender os princípios fundamentais, técnicas de fabricação e considerações relevantes, é um primeiro passo para profissionais que desejam trabalhar com design de molas, contribuindo para a inovação e aprimoramento de diversos sistemas e produtos.


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