A guerra comercial mundial criada pelos EUA é o assunto do momento, frente às sobretaxas aplicadas a diversos países, tendo como alvo principal a China.
As tarifas adicionais sobre a importação de aço, alumínio ou outros metais — podem afetar a indústria metalúrgica brasileira de várias formas. Mas o Brasil pode inclusive ser beneficiado em certos aspectos durante uma guerra comercial entre grandes potências, como EUA e China — mas os benefícios são pontuais e estratégicos, e são condicionados à capacidade do Brasil em se mostrar um parceiro neutro e estratégico.
Como a indústria metalomecânica brasileira pode se beneficiar:
1. Redirecionamento de demanda dos EUA
Com tarifas sobre produtos chineses (como aço, alumínio, máquinas, motores e peças industriais), os importadores americanos procuram outros fornecedores para evitar os custos adicionais.
- Oportunidade para o Brasil vender máquinas, estruturas metálicas, peças e ferramentas.
- Empresas brasileiras podem entrar em nichos antes dominados por chineses.
Exemplo: Se os EUA sobretaxam peças industriais chinesas, fabricantes brasileiros podem se tornar fornecedores alternativos — desde que tenham qualidade e escala.
2. Ganhos indiretos na cadeia produtiva
Mesmo que o Brasil não exporte diretamente certos produtos para os EUA, pode se beneficiar indiretamente:
- Se o Brasil exportar mais aço ou alumínio para países que antes compravam da China, isso aumenta a demanda para a indústria de base.
- Fabricantes de máquinas e equipamentos podem fornecer para empresas exportadoras que estão crescendo.
3. Atração de investimentos
Empresas multinacionais que produzem na China e enfrentam sobretaxas podem buscar outros países para instalar unidades produtivas:
- O Brasil, com mercado interno grande e acesso ao Mercosul, pode se tornar um destino para investimento em fábricas de equipamentos ou peças metálicas.
- Isso fortalece a cadeia da metalomecânica local.
Mas há desafios e limitações:
Quando o maior produtor mundial de aço tem sua capacidade de venda restrita em um grande mercado como dos EUA, ele acaba tendo que redirecionar suas vendas para outros países o que pode reduzir o valor para quem importa, mas forçar uma redução do preço da commodity internamente, já que o mercado internacional será inundado pelos produtos chineses que no geral tem valor menor.
Não apenas isso, mas outros fatores podem influenciar, como:
1. Falta de competitividade
Os custos de produção no Brasil (energia, logística, impostos) ainda são mais altos que em muitos concorrentes. Sem incentivos ou modernização, o país pode não aproveitar a janela de oportunidade.
2. Capacidade produtiva e tecnologia
Nem todos os fabricantes brasileiros têm capacidade tecnológica, certificações internacionais ou escala para atender rapidamente aos mercados exigentes como o americano.
3. Instabilidade cambial e política
Mudanças abruptas no câmbio ou incertezas econômicas locais podem atrapalhar exportações ou desestimular investimentos.
Por fim, tendo em vista todos os desafios globais causados pelas sobretaxas criadas pelos EUA, ainda é pouco claro os efeitos que elas terão na capacidade produtiva global, até porque dependerá de potenciais retaliações de outros países e inclusive de um eventual recuo dos EUA.
Para mais informações sobre o segmento metalomecânico fique ligado no Blog da Molas Brusque!